Uma Kombucha de qualidade, com sabor, cor e gás natural, sempre acaba por lembrar um refrigerante. É certo que a palavra refrigerante nos remete a algo que não faz bem à saúde e nem ao planeta, mas no Universo Kombucha, podemos criar um tipo de refrigerante natural, saudável e mais sustentável.
Depois de escolher os teus sabores, passamos à parte da gaseificação, mais conhecida com segunda fermentação (F2), sem a presença de oxigênio (anaeróbica), e na qual desejamos “prender” o gás carbônico produzido dentro da garrafa para que seja incorporado no líquido.
É importante lembrar que as duas etapas - saborização e gaseificação - são opcionais , uma vez que a Kombucha já apresentará todas as qualidades e benefícios depois da primeira fermentação. Novos sabores e gaseificação natural, apenas abrem mais possibilidades de brindar com uma bebida saudável em quaisquer momentos do dia.
Para facilitar o vosso processo, criamos um kit de Saborização e Aromatização que simplifica o aprendizado dos principais conceitos e vêm com garrafas perfeitas para o processo, assim como 3 combinações de ingredientes de saborização (para 1 litro de kombucha). Clica aqui para veres o kit.
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O que é a Gaseificação?
O que acontece nesta etapa é produção de gás carbónico resultante da transformação do açúcar pelas leveduras. Como conseguem ver abaixo, também é produzido álcool nesta fermentação, por isso, há que ter atenção na maneira como produzir.
A segunda fermentação da Kombucha é feita sem a presença de oxigênio (anaeróbica) e pode ser diretamente na garrafa.
Como Gaseificar a Kombucha de uma Forma Natural?

Esta fase é a chamada segunda fermentação (F2), sem a presença de oxigénio (anaeróbico), onde os microrganismos da cultura da Kombucha trabalharão para dar vida a uma bebida naturalmente gaseificada e efervescente. Nesta fase, o trabalho predominante é o das leveduras, uma vez que não há oxigénio para a ação das bactérias.
A fórmula por detrás desta reação química é fácil: a levedura transforma o açúcar residual em álcool e gás de dióxido de carbono. A fermentação ocorre à temperatura ambiente e dentro de uma garrafa devidamente selada.
Durante este tempo, o gás de dióxido de carbono é produzido e incorporado no líquido. A segunda fermentação na garrafa é a técnica mais utilizada pelos mestres Kombucheiros artesãos e resulta no melhor sabor da bebida.

Pontos importantes para gaseificação:
- Boa Base – Assegurar que a receita base foi devidamente respeitada, com os ingredientes e quantidades desejados para uma fermentação saudável.
- Ingrediente Transformador - Assegurar-se de que existe açúcar residual ou adicional para a transformação em CO2
- Garrafa Certa - É importante utilizar garrafas que não deixem escapar o gás - com uma tampa mecânica.
- Temperatura – Um dos principais aceleradores do processo é quanto mais alta for a temperatura, mais rápido será.
Ingrediente Transformador
O açúcar é o transformador deste processo e a temperatura o acelerador. Quando se prova a Kombucha após a F1, é preciso poder sentir o açúcar na bebida. Dividimo-lo em dois tipos de açúcares:
Açúcar residual – Após a colheita, deseja-se que ainda haja uma quantidade de açúcar disponível para ser fermentado pelas leveduras aí presentes.
Açúcar adicionado - quando há adição de ingredientes que têm açúcar como a frutose de frutos doces ou secos, sumos integrais ou polpa. Com o açúcar adicional, a levedura terá mais nutrientes para o transformar em CO2 (gás).
Não recomendamos a adição de açúcar puro na segunda fermentação, uma vez que a Kombucha pode tornar-se explosivo e alcoólico, mas se o desejar fazer, não exceda 5 gramas de açúcar por litro.
Ingredientes Fomentadores
Existem ingredientes que, mesmo sem açúcar, estimulam a gaseificação porque contribuem com outros tipos de nutrientes que promovem a fermentação.
É o caso do gengibre que tem leveduras selvagens, bem como o ananás que contribui com levedura e frutose. A flor de hibisco, a erva-mate, o café têm também um fator estimulante pela presença de nitrogênio, taninos e cafeína.
Usar a Garrafa Certa para Fazer Kombucha

A utilização das garrafas que ajudam à gaseificação natural é fundamental neste processo. Muitas vezes, a Kombucha tem todas as condições para se tornar efervescente, mas todo o gás produzido nesta fase acaba por escapar devido à utilização de garrafas inadequadas.
As garrafas mais recomendadas são aquelas com tampas mecânicas, que podem assegurar que o gás não escape e permaneça todo dentro.
Para aqueles que estão a começar no universo da Kombucha, recomendamos a reutilização de uma garrafa PET porque é possível sentir a pressão da garrafa e compreender a quantidade de gás criada, o que dá mais segurança ao processo e evita explosões perigosas.
Quando se sentir mais seguro, pode mudar para as garrafas Flip top, que têm uma tampa mecânica que assegura que o gás produzido não escape. Pode até fazer ambas simultaneamente. Desta forma, é possível saber quando o processo estará terminado.
A dica da garrafa de plástico é simples e eficaz. Deixe 3 dedos de espaço entre o líquido e a parte superior da garrafa. Antes de fechar, apertar a garrafa para que o líquido suba e feche bem. Deixe-a à temperatura ambiente e notará num dia ou dois que o seu frasco se dilatará lentamente até chegar a um ponto em que estará toda dilatada e dura. Neste ponto, já não há qualquer dúvida de que a sua bebida está gaseificada.
Recomenda-se deixar um pequeno espaço na garrafa para a formação de gás, antes de encher e ir para a segunda fermentação da Kombucha. Um máximo de 2 dedos de espaço é suficiente para garantir mais segurança ao abrir a garrafa. Não se deseja demasiado espaço e oxigénio dentro da garrafa para a gaseificação natural, uma vez que menos CO2 será incorporado no líquido.
Como Abrir a Garrafa em Segurança?
Para aqueles que fizeram uma longa segunda fermentação, recomenda-se abrir a garrafa após algumas horas ao frio ou de preferência abaixo de 4°C. O frio estabiliza a acção dos microrganismos e reduz a agitação das partículas de gás. Desse modo, é bem mais seguro abrir as garrafas em baixa temperatura.
Quando já sabemos que a Kombucha está bem gaseificada, para além de abri-la gelada, recomendamos também que se abra aos poucos, dentro de uma pia e que se vá entendendo o nível da gaseificação. Se o gás saltar da garrafa, é melhor que esteja num ambiente apropriado.
Abrir uma garrafa de Kombucha bem gaseificada à temperatura ambiente sem a abrir pouco a pouco pode ser perigoso ou no mínimo desagradável, porque deixa a casa toda suja.
8. Dicas para uma Maior Gaseificação
- Utilizar garrafas corretas, tais como garrafas com tampa mecânica para evitar a perda de gás.
- Reutilizar uma garrafa PET para fazer testes de segunda fermentação e aprender sobre as variáveis - açúcar residual, temperatura e tempo.
- Assegura a existência de açúcar residual ou adicionado para ser transformado.
- Utiliza ingredientes que estimulam a gaseificação , tais como gengibre e ananás.
- Enche a garrafa até ao topo sem deixar muito espaço para que o CO2 seja absorvido pelo líquido
- Fermentação num local aquecido (entre 22 e 27°C)
- Tenha paciência e não abra a garrafa todos os dias para ver se há gás. Sempre que a abre, o gás escapa e não é incorporado.
- Abra-a fria e cuidadosamente para que não aconteçam acidentes!
Qual é o Momento Ideal da Segunda Fermentação?
Depois de explicar os pontos principais, é possível compreender que não é uma resposta fácil. Quando nos perguntam qual é o momento ideal da segunda fermentação, temos sempre de responder com mais perguntas do género:
- Qual a quantidade de açúcar que utilizou na receita de F1?
- Quanto tempo e qual é a temperatura da primeira fermentação?
- Quais ingredientes adicionados na saborização e qual a sua quantidade?
- Qual é a temperatura média da segunda fermentação?
Sem estas respostas, é impossível dar uma estimativa de tempo para F2. O mais importante neste processo é compreender a química por detrás do processo, ter uma ideia da temperatura ambiente e saber quanto açúcar residual (ou adicionado) será antes da segunda fermentação.
Como resultado, conhecendo estas variáveis, é possível realizar experiências a fim de adquirir as competências necessárias para identificar o tempo ótimo de fermentação secundária para a sua Kombucha, cruzando as variáveis: açúcar X temperatura.
Quanto mais souber sobre a ciência por detrás da gaseificação natural, melhor será a sua Kombucha!
Conclusão
Agora que tem as dicas para uma maior gaseificação, está pronto para começar a fabricar? Se sim, não deixe de nos seguir nas redes sociais @mai.kombucha para que possamos acompanhar o progresso um do outro na elaboração desta bebida maravilhosa.
Solange Marilene Dal Bosco em 02 11, domingo
🙏🙏🙏🙏🙏🙏
Adriana em 02 11, domingo
Bom dia. Minha komhucha fica muito gaseificada. E acabo perdendo quase toda. O que estou fazendo errado?
José Lacerda em 02 11, domingo
Muito esclarecedora as informações, obrigado!!!
José Lacerda em 02 11, domingo
Muito esclarecedora as informações, obrigado!!!
Flaviana em 02 11, domingo
Boa tarde! Na segunda fermentação eu deixo somente o líquido do F1 e retiro o scoby?
Maria Aparecida de Souza Pereira em 02 11, domingo
Muito boa explicação Artigo 10.