Fazer kombucha não é apenas seguir uma receita. É acompanhar um processo vivo, com muitas variáveis, que depende tanto da natureza como da tua ligação à cultura. Uma das perguntas mais frequentes é: “Quando colher a minha kombucha?”. A resposta parece simples, mas em toda a simplicidade mora uma complexidade. E é isto que vamos explicar:
Não existe um tempo ideal de fermentação, mas sim o tempo necessário para a transformação.
Neste artigo vamos explorar duas partes fundamentais. Primeiro o tempo de fermentação e como reconhecer o ponto de colheita. Depois o que realmente acontece dentro do frasco, aquilo a que chamamos a magia, ou a ciência, da kombucha e o que acelera o ritmo da fermentação

Tempo de fermentação: quando colher a tua kombucha
O SCOBY faz o trabalho, mas é importante estares conectado com ele. Se estás a começar agora ou se já fermentas há algum tempo, este guia vai ajudar-te a entender melhor quando a tua kombucha está pronta para ser colhida e bebida com gosto.
A fermentação é uma ciência não exata, com diversas variáveis que influenciam o processo. O tempo de fermentação e a transformação do chá doce em kombucha dependem de vários fatores, como por exemplo:
- Temperatura do ambiente
- Potência e acidez do chá de arranque (starter tea)
- Quantidade de SCOBYs utilizados
- Tamanho e formato do fermentador
- Nível de oxigenação
- Qualidade dos ingredientes
- Preferência pessoal por um sabor mais ácido ou mais doce
Entre todas, a temperatura é o fator mais determinante. Quando o ambiente está frio, abaixo dos 18 ºC, as bactérias e leveduras trabalham muito lentamente e se não tiveres uma cultura forte, correm o risco de não fermentar. Além disso, temperaturas baixas podem favorecer contaminações, já que a atividade da fermentação é mais fraca.
Em temperaturas mais quentes, entre 22 e 27 ºC, a fermentação decorre num ritmo considerado ideal.

Atenção: outro ponto essencial é o equilíbrio entre starter e SCOBY. Se usares starter em excesso, ou se ele estiver demasiado ácido, a tua kombucha pode começar a fermentação já com um pH muito baixo. Isso significa que, ao prova-la depois de alguns dias, vais sentir uma acidez forte que nem sempre resulta do processo natural, mas sim do excesso de acidez inicial.
O mesmo acontece quando adicionas SCOBYs em excesso: para além de serem ricos em microrganismos, são também uma matéria muito ácida e acabam por intensificar o sabor avinagrado logo de início.
E como descobrir o ponto de colheita?
A prática da análise sensorial é a resposta. Usa o paladar, o olfato e a visão. No momento em que percebes que a transformação do açúcar em ácidos já é clara, já podes chamar aquele líquido de kombucha. O ponto exato depende do teugosto. Quanto mais tempo deixares, mais ácido e menos doce será o resultado.
Em produções profissionais, onde quase todas as variáveis são controladas, o ponto de colheita é definido por medições de pH, acidez e níveis de açúcar. Já nas produções caseiras não há necessidade de tanta técnica. O mais simples e eficiente é confiar nos teus sentidos e no teu gosto pessoal.
Com o tempo vais perceber sinais visuais muito claros. Em cada ciclo de fermentação forma-se um novo SCOBY na superfície do frasco. Também é normal veres fios de levedura, depósitos de sedimentos no fundo e pequenas bolhas de CO₂ a surgir na bebida. O SCOBY-mãe pode escurecer, flutuar, aderir à nova película ou afundar. Tudo isto é normal. Não existe regra fixa, a cultura posiciona-se como se sente melhor.
O que acontece durante a fermentação: a magia e a ciência da kombucha

Na primeira fermentação, o SCOBY transforma o chá doce num líquido vivo através da ação conjunta de leveduras e bactérias. O açúcar é consumido, primeiro convertido em alcool e depois em compostos orgânicos que dão sabor, acidez e caráter à kombucha.
Se quiseres gás natural, isso acontece apenas na segunda fermentação (anaeróbica, ver este artigo). Nesta etapa, realizada já na garrafa fechada, o trabalho é principalmente das leveduras, que produzem álcool e dióxido de carbono, criando a efervescência natural da bebida.
O resultado é simples e extraordinário: o que era apenas chá adoçado transforma-se em kombucha, uma bebida probiótica, refrescante e cheia de personalidade.
Conclusão
O tempo de fermentação não deve ser visto como uma regra fixa, mas sim como uma dança entre a cultura, o ambiente e o teu gosto pessoal. Quanto mais praticares, mais fácil será reconhecer o ponto certo e compreender a transformação que acontece dentro do frasco.
Na primeira fase do processo as leveduras transformam açúcar em álcool e CO₂. Na segunda fase as bactérias convertem esse álcool em ácidos orgânicos. O resultado é uma bebida probiótica, rica e única.
A próxima questão é Como coletar a minha Kombucha? vê neste artigo
Como eu sei se o scoby está morto? em 02 11, domingo
Meu scoby foi para o fundo assim que coloquei no frasco e já faz 8 dias e nada formou na superfície
Luiza em 02 11, domingo
Boa tarde. Desejo saber se qua6ela escurece, parece ser bolor. Devo deixar num ambiente claro ou escuro para fermentar?
Olandio Soares em 02 11, domingo
Boa noite. Qual o procedimento para produção de kombucha numa escala comercial, seria algo parecido com uma produção caseira, tempo de fermentação e tudo mais. Se possível me passar alguma informação.
Mariana Fernandes em 02 11, domingo
Boa dia !
Gostaria de saber que volume da F1 recomendam usar para a F2 (por garrafa) ?
Muito obrigada !